Sou apenas um viajante crónico que adora perder-se em pequenas viagens intemporais no interior da sua própria mente.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
sábado, 18 de dezembro de 2010
O Ciclo do Fim.
Peço-te um fim.
Oferece-me um fim.
Compra-me um fim.
Dá-me um fim.
Só te peço um fim. Porque depois do fim, vem o início, e depois do início fica o fim.
Fim.
Oferece-me um fim.
Compra-me um fim.
Dá-me um fim.
Só te peço um fim. Porque depois do fim, vem o início, e depois do início fica o fim.
Fim.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Dezembro.
O frio gela..
O frio corta..
O frio corrói..
O frio mente..
Hoje saí cedo, caminhei só, gelei os dedos, deixei os ossos em pó..
De olhar nublado, lábios cortados, casaco riscado, nós enregelados..
O gelo a cortar os pés, o frio a lamber as mãos.. caminhei só, deixei-me levar até ao fim.. ao fim, até ser pó.
O frio corta..
O frio corrói..
O frio mente..
Hoje saí cedo, caminhei só, gelei os dedos, deixei os ossos em pó..
De olhar nublado, lábios cortados, casaco riscado, nós enregelados..
O gelo a cortar os pés, o frio a lamber as mãos.. caminhei só, deixei-me levar até ao fim.. ao fim, até ser pó.
sábado, 9 de outubro de 2010
Gotas.. Almas.. Chuvas.. Choros.
Atenta ao dilúvio de almas que te lava a pele.. atenta.
São tantas que te perdes nas faces, que te perdes nos gritos, são tantas as que te deslizam suavemente pela pele.. não são nossas, são lá de cima.. sim lá de cima.
O céu anda zangado, anda, pois anda...
mas não arde em fúria, sim, simplesmente chora, sim. E chora...
Vamos deixá-lo chorar.
Vamos...
São tantas que te perdes nas faces, que te perdes nos gritos, são tantas as que te deslizam suavemente pela pele.. não são nossas, são lá de cima.. sim lá de cima.
O céu anda zangado, anda, pois anda...
mas não arde em fúria, sim, simplesmente chora, sim. E chora...
Vamos deixá-lo chorar.
Vamos...
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Palpável.
Ainda apalpo o lado contrário da cama enquanto sonho... gosto de me certificar que não passa disso..
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Arrepio.
Deixo que me corte, deixo que me trace..
Toca, toca-me.
Hoje deixo que me cortes, hoje deixo que me traces..
Toca, toca-me.
Chama, chama-o, frio, deixa, deixa-o entrar.
Toca, toca-me.
Hoje deixo que me cortes, hoje deixo que me traces..
Toca, toca-me.
Chama, chama-o, frio, deixa, deixa-o entrar.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
16 de Setembro.
Hoje sei quem sou.. apesar de ainda ser o eterno desconhecido, vou vivendo, com tranquilidade. Vou observando o horizonte desfocado e vou semi-cerrando os olhos numa tentativa vã de voltar a focá-lo, não custa, logo a seguir espreguiço-me e esfrego os olhos..
A cada manhã uma nova distância, um novo caminho a traçar.
A cada manhã uma nova distância, um novo caminho a traçar.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
"Ses".
Se o tempo não para..
então corre..
Se os olhos não cegam..
então contempla..
Se a voz não se cala..
então fala..
Segue.
então corre..
Se os olhos não cegam..
então contempla..
Se a voz não se cala..
então fala..
Segue.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Apêndice.
Agora sei quem és..
Aliás, sempre soube..
Só não me apercebi que habitavas em mim..
Só não me apercebi que rasgavas a pele para me poderes tocar.
Só não me apercebi que...
Coexistimos num espaço comum..
Eu.
Aliás, sempre soube..
Só não me apercebi que habitavas em mim..
Só não me apercebi que rasgavas a pele para me poderes tocar.
Só não me apercebi que...
Coexistimos num espaço comum..
Eu.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Xisto.
Foi um desarme afectivo..
Assim que deixei de sentir..
Senti-me uma pedra, uma pedra de riacho que subsiste e resiste contra a passagem constante da água sobre mim. Uma pedra. Senti-me teimoso, mas leve, nada pesado, não obstante.. uma pedra.
Podiam pegar-me, podiam atirar-me, podia deslizar sobre a água antes de me afundar novamente nela.. antes de resistir novamente á passagem constante da água sobre mim.. uma pedra.
Uma pedra.
Em leves repetições, mostro-me orgulhoso e teimoso.. como uma pedra. Resisto á agua que passa constantemente sobre mim.. leve, nada pesado, tambem posso deslizar sobre ela assim que me atiram, antes de me afundar novamente.
Antes de me afundar novamente nela..
Uma pedra.
Assim que deixei de sentir..
Senti-me uma pedra, uma pedra de riacho que subsiste e resiste contra a passagem constante da água sobre mim. Uma pedra. Senti-me teimoso, mas leve, nada pesado, não obstante.. uma pedra.
Podiam pegar-me, podiam atirar-me, podia deslizar sobre a água antes de me afundar novamente nela.. antes de resistir novamente á passagem constante da água sobre mim.. uma pedra.
Uma pedra.
Em leves repetições, mostro-me orgulhoso e teimoso.. como uma pedra. Resisto á agua que passa constantemente sobre mim.. leve, nada pesado, tambem posso deslizar sobre ela assim que me atiram, antes de me afundar novamente.
Antes de me afundar novamente nela..
Uma pedra.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Compasso.
Sou atraido por ruas desertas.. há um certo magnetismo que me conjura. Consigo sentir a presença de pessoas, mesmo sem as ver, há algo que fica no ar que as distingue. Há vozes que vivem nos ecôs e cheiros que habitam nas paredes, eu sei, porque as ouço, sei, porque os cheiro..
O abismo presente nas pedras da calçada, desloca-se ao mesmo ritmo que eu, sem sombra, é quem me acompanha no vazio destas ruas, está presente na vossa ausência, está ao meu lado, á minha frente, é todo ele omnipresente.
Atrai-me como mosca no mel.
Sinto-me leve, o silêncio ajuda, o vazio preenche.. o deserto corrompe, o desejo compromete.
O abismo presente nas pedras da calçada, desloca-se ao mesmo ritmo que eu, sem sombra, é quem me acompanha no vazio destas ruas, está presente na vossa ausência, está ao meu lado, á minha frente, é todo ele omnipresente.
Atrai-me como mosca no mel.
Sinto-me leve, o silêncio ajuda, o vazio preenche.. o deserto corrompe, o desejo compromete.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Arde.
Divididos por ondas de fumo.. eu cravado na parede sórdida e bolorenta, tu, em gemidos decadentes fruto de um fogo recente.. não fui apenas eu que atiei este fogo, fomos nós!
Aqui, sou apenas testemunha, tu, és o prato principal.. o cheiro a carne queimada invade a sala, entranha-se no meu corpo, há uma fusão entre nós, como houve em tantas outras ocasiões, esta menos carnal, mais superficial, mais efémera.. pelo menos só enquanto a tua carne arde nesse fogo que te consome.
Um dia, disse-te.. acho que não ouviste.. é fácil sermos consumidos pelo medo, mais ainda pelas chamas.. mas e o espirito? será que se torna fumo? e se o respiro? será que te absorvo?
Aqui, sou apenas testemunha, tu, és o prato principal.. o cheiro a carne queimada invade a sala, entranha-se no meu corpo, há uma fusão entre nós, como houve em tantas outras ocasiões, esta menos carnal, mais superficial, mais efémera.. pelo menos só enquanto a tua carne arde nesse fogo que te consome.
Um dia, disse-te.. acho que não ouviste.. é fácil sermos consumidos pelo medo, mais ainda pelas chamas.. mas e o espirito? será que se torna fumo? e se o respiro? será que te absorvo?
Regresso.
Estranhamente e depois de uma temporada sem agarrar nas palavras, decidi voltar a escrever.. foi um impulso que me deu.. a fotografia tem sido o meu escape principal, mas acho que ainda tenho algo a dizer que não vem contido nas imagens....
a rever!
a rever!
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