quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Encapsulados.

Dois estranhos, uma noite silenciosa a dois.
Se o silêncio é o paraíso, então enganámo-nos.

Vimos o fogo a desaparecer num pestanejar, lambemos as cinzas e na noite seguinte desejámos nunca mais voltar. Se o silêncio é o paraíso, então enganámo-nos.
Num breve despertar, perdemo-nos na hora de gostar, num beijo violento, faltou-nos o ar. Se o silêncio é o paraiso, então enganámo-nos.
Sentimos a chuva a cair, olhámos o horizonte e deixámos de nos ouvir, foi bom por uma vez fugir. Se o silêncio é o paraíso, então enganámo-nos.

domingo, 9 de outubro de 2011

Silvado.

Hoje vi-te.

Hoje vi-te a beijar o abismo.

O deleite com que ele te sugou aos poucos, os teus dedos a segurar o nada, o prazer que a tua face expressava enquanto te deixavas sugar, languidamente e morna.

O eco do sustenido caloroso no ar, o abismo toca só para ti, o abismo toca-te, suga-te, a melodia deixa-te molhada, nota-se nos olhos vazios, nota-se nos dedos curvados no nada.

Hoje vi-te.

Hoje vi-te enquanto vendias o corpo ao abismo.

sábado, 8 de outubro de 2011

Cortina.

Talvez um dia, talvez uma noite..

Talvez um olhar, talvez uma palavra..

Talvez um beijo, talvez um abraço..




Talvez um.. um Talvez.

domingo, 15 de maio de 2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Traço.

Pele negra, contornos brancos, lábios carnudos, verbos profanos..

Teclas despidas, portas abertas, palavras contidas, janelas fechadas..






Sente..


E cala-te.

terça-feira, 8 de março de 2011