Hoje vi-te.
Hoje vi-te a beijar o abismo.
O deleite com que ele te sugou aos poucos, os teus dedos a segurar o nada, o prazer que a tua face expressava enquanto te deixavas sugar, languidamente e morna.
O eco do sustenido caloroso no ar, o abismo toca só para ti, o abismo toca-te, suga-te, a melodia deixa-te molhada, nota-se nos olhos vazios, nota-se nos dedos curvados no nada.
Hoje vi-te.
Hoje vi-te enquanto vendias o corpo ao abismo.
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