terça-feira, 29 de novembro de 2016

Ça Va.

As banalidades de hoje aliadas á boçalidade de amanhã fazem uma união pérfida de delírios ignorantes sem finalidades saudáveis. Correm-se riscos ao abrir a boca e dar uso á língua, as línguagens perdem-se nas estrangeirices, nas carneiradas de grupos sem autonomia que sobrevivem de lambebotismo e servilismo canídeo. Brindam a isto, os que brindam a isto, a este mundo corrupto e sem norte, são os senhores que calçam as botas mais brilhantes de todas, mil línguas se debruçam sobre elas, essas mil línguas que tentam por toda a maneira e feitio lamber profissionalmente na esperança de conseguirem mais umas migalhas que lhes afaguem o êgo, felizes parecem, de joelhos e cotovelos no chão, como cães, como cães que procuram segurança num dono qualquer. Sem orgulho. Os pequenos desgostos acumulam-se e acentuam-se, unidos, fortes ficam, e como chamas alimentam as colunas que não de madeira, marcham á procura de justiça, e ai de quem se atrevesse no seu caminho, unidos como estão, e ao passe que tomam, nada servirá de obstáculo, nenhum bloqueio atrasará estas vontades acumuladas que ardem e alimentam a esperança por novos dias, os campos que um dia floriram mas que agora desertos estão, voltarão a florir, essas flores servirão de mensagem a todos que as consigam ler e que muito carinhosamente reflectem destinos alimentados por vontades.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

To Cohen.

Poetas que se vão, finam-se por três, porque a todos chega a hora, porque a todos chega a vez. Um brinde a todos os viajantes que se imortalizam em palavras e versos, eternos.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Mercúrio.

As doces repetições de momentos gastos, que adquirem novos sabores depois de isolamentos perpendiculares á espreita de resultados oblíquos, panoramas obtusos envolvidos em desgastes rápidos de desejos fugazes e violentos, assentes em blocos de granito, frios vazios repletos de inconsequências semi-inconscientes a roçar a loucura. As esperas curtas, os abraços longos, os sorrisos em vão que cortam a chuva, os espectros molhados que caminham secos por dentro, que tocam tudo e sentem nada, as cantigas de bandido que se ouvem ao longe, mas perto do ouvido, desafinadas em sentido mas sucintas em alcance. As máscaras complexas de teias enroladas, construidas por aranhas sicofantas encarnadas em silêncios repentinos que nada fazem crer, de falsas partidas e jogos sem sofrer. O invulnerável que sempre os outros protegeu, mas fraco de fundações nas repetições se perdeu.

The Choice.

If you had to pick between two different kinds of poison, which one would you pick? Option A) The one that kills you in the least amount of time? Option B) The one that takes longer to kill you? Post-Scriptum: A bit like the American elections*

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

And Solace.

Beneath these roots and veins, amid the sticks and bones, I seek to understand. Ancient links carry the old and give way to the new, the last remnants of purity and lore. I walk, threading between it's secrets hidding among leaves and stones. Nostalgia, her influence is felt deep within, primitive, this gentle connection exerted by Mother Nature, I long, to ear her speaking in tongues so familiar that will never be foreign, words bonding souls, bringing the much needed comfort to my own feelings and calmly laying the inner unrest to sleep.. Nature, my peace & solace. http://noir-division.deviantart.com/gallery/60620827/And-Solace

O Morto.

Num ano, em seis meses, em três dias, lembrei-me de ter tempo para olhar no que realmente me tornei, observei, vi, não ri, nem chorei, cerrei o punho e bati na mesa, não como aquela antiga tradição que serve para afastar maus fígados, mas para me impor, era hora, uma parte de mim apodreceu, cerrou-se nas sombras, dançou em ruinas, celebrou um definhamento célere que me atirou para abismos que sempre achei que controlava e jogava a meu belo prazer, achava-me forte, ilusão. Uma parte de mim morreu, matei-a, era tempo, entre a luz e a sombra sobra a consciência que tão bem sabe equilibrar as duas, que tão bem sabe que ambas são necessárias, o equilíbrio. Numa pequena guerra, ínfimas batalhas, segue-se o tempo, segue-se a vontade, a vontade alia-se ao tempo e faz força, não mais vou olhar para aquilo que fui e no nojo que me deu quando me lembrei de ter tempo para olhar, para observar, para o que vi. "Mundi qui sequitur."