terça-feira, 8 de novembro de 2016

Mercúrio.

As doces repetições de momentos gastos, que adquirem novos sabores depois de isolamentos perpendiculares á espreita de resultados oblíquos, panoramas obtusos envolvidos em desgastes rápidos de desejos fugazes e violentos, assentes em blocos de granito, frios vazios repletos de inconsequências semi-inconscientes a roçar a loucura. As esperas curtas, os abraços longos, os sorrisos em vão que cortam a chuva, os espectros molhados que caminham secos por dentro, que tocam tudo e sentem nada, as cantigas de bandido que se ouvem ao longe, mas perto do ouvido, desafinadas em sentido mas sucintas em alcance. As máscaras complexas de teias enroladas, construidas por aranhas sicofantas encarnadas em silêncios repentinos que nada fazem crer, de falsas partidas e jogos sem sofrer. O invulnerável que sempre os outros protegeu, mas fraco de fundações nas repetições se perdeu.

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