segunda-feira, 7 de novembro de 2016
O Morto.
Num ano, em seis meses, em três dias, lembrei-me de ter tempo para olhar no que realmente me tornei, observei, vi, não ri, nem chorei, cerrei o punho e bati na mesa, não como aquela antiga tradição que serve para afastar maus fígados, mas para me impor, era hora, uma parte de mim apodreceu, cerrou-se nas sombras, dançou em ruinas, celebrou um definhamento célere que me atirou para abismos que sempre achei que controlava e jogava a meu belo prazer, achava-me forte, ilusão.
Uma parte de mim morreu, matei-a, era tempo, entre a luz e a sombra sobra a consciência que tão bem sabe equilibrar as duas, que tão bem sabe que ambas são necessárias, o equilíbrio.
Numa pequena guerra, ínfimas batalhas, segue-se o tempo, segue-se a vontade, a vontade alia-se ao tempo e faz força, não mais vou olhar para aquilo que fui e no nojo que me deu quando me lembrei de ter tempo para olhar, para observar, para o que vi.
"Mundi qui sequitur."
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